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Pocket Monsters: O Beijo do Goh É Real?


Olá, Thunders!

Que esse episódio deu o que falar, todos sabem, por isso o convido para acompanhar essa análise e ver em detalhes cada possível indício deixado nele!


RESUMO

Dentro de um carro, Kurune lamenta a sua mãe não poder ter saído com eles, por estar participando de um torneio de Karaokê, e pergunta ao filho se está enjoado ou passa por algum problema, visto que está quieto. Goh diz estar bem e devolve a pergunta para os pais, já que, no dia anterior, trabalharam até a noite. O casal conta ter feito isso para poder aproveitar esse dia, afirma estar bem e revela estarem indo a Azalea para compensarem a última viagem em família que fizeram para lá, pois estava com uma forte chuva. Voltando a olhar pela janela, o garoto consegue se ver mais novo, triste e na chuva, em uma memória que o deixa cabisbaixo.

Em Azalea, um idoso trabalha com seu Sunflora no momento em que a família chega de carro para se hospedar em sua instalação, relembrando da última vez que vieram para ela, há três anos. Ele se anima ao ver como Goh cresceu e pelo fato de ter se tornado um Treinador Pokémon acompanhado por Raboot e Sobble, impressionado-se ainda por o segundo desaparecer. Em seguida, o garoto cumprimenta Sunflora, que saltita ao reconhecê-lo. Ikuo pega a chave do chalé no qual ficarão e combina de a deixar na caixa de correio antes de irem embora. Após isso, seguem para guardar as malas e admirar a vista pela varanda, aproveitando a calmaria e natureza local. Goh se alegra para fazer algo, mas percebe que seus pais pegaram no sono, por cansaço, e decide ir capturar alguns Pokémon de Johto.

Checando os Pokémon que vivem por ali, Goh se lembra de quando era menor e andava pelo mesmo local, depois de seus pais terem cochilado também. O garotinho reclamava por não saber como se divertir sozinho pelas montanhas, mas se distraiu ao ver um Hoothoot, seguindo-o até o meio das árvores, onde encontrou várias outras criaturinhas. Isso o fez se lembrar de quando conheceu Mew, por isso o procurou pela região. Ao se desanimar por não conseguir rapidamente e por se tratar de um Mítico, o pequeno Goh foi atraído por algo que voava rapidamente. Correndo atrás do vulto, ele acabou encontrando outra criança que pensava se tratar de um Celebi.

Os garotinhos acabaram caindo e descobriram que o Pokémon que perseguiam era, na realidade, um Misdreavus. Inicialmente, eles foram hostis, provocando um ao outro por ter confundido o Fantasma com o determinado Mítico que cada um procurava, mas, depois, acabaram se entendendo por procurarem igualmente um raro Pokémon e se apresentaram, com o outro se chamando Tokio e sendo de Cianwood. Assim, surgiu uma amizade. Andando pela floresta, Goh se gabou por já ter visto Mew e contou como foi, revelando isso para o outro garoto e se mostrando muito sábio no que diz respeito aos Pokémon. Porém, ao ser perguntado sobre Celebi, o garoto de Vermilion pediu para Tokio falar primeiro, para disfarçar seu pouco conhecimento sobre o Mítico de Johto.

Tokio contou que Celebi era reverenciado como Deus da floresta, aparecia onde existisse belas flores e possuía o dom de viajar no tempo. O último detalhe não era conhecido por Goh e também era o que mais chamava a atenção do outro garoto, por ser dito que o Mítico veio do futuro e possibilitava um futuro bonito e brilhante com a sua aparição. Com isso, a criança de Kanto falou a sua clássica frase do futuro em suas mãos, o que o deixou tímido pelo não entendimento de Tokio, mas fez uma admiração surgir pela confiança que mostrava. Em pensamento, Goh revelou que tirou essa frase de uma música que seu pai havia acabado de ouvir, mas preferiu dizer ao novo amigo que ninguém o superava em confiança e se dispôs a ajudá-lo a procurar Celebi.

Na busca, os garotinhos encontraram um Politoed, Natu, Aipom e Larvitar. Desanimado, Tokio concluiu que era por isso que chamavam Celebi de Mítico, por ser difícil de encontrar, mas Goh o motivou a continuar tentando e o apresentou a máquina que seus pais fizeram para ele coletar dados do Mew mesmo fora de casa, sem o computador. Por meio dele, descobriram avistamentos do Mítico de Johto em um santuário na Floresta de Ilex. Para chegar lá, passaram por uma caverna atrás de uma cachoeira e andaram, um pouco perdidos, pela grama alta, encontrando um Ariados e, depois, um Pineco que não os deixaram prosseguir. Por isso, Goh pediu para o seu recém-amigo o esperar e voltou pela caverna.

Tokio já estava triste, pensando que a outra criança não voltaria, quando Goh surgiu com um Sunflora, explicando que era do zelador da casa onde estava hospedado e o chamou para cortar a grama com a Folha Navalha. O primeiro garoto revelou estar aliviado por o outro ter voltado, explicando que teve medo, mas o de Kanto disse que nunca quebrava suas promessas, assim como o de Johto. O Pokémon, então, colocou o seu plano em prática, mas cortou a grama só até achar um Bellossom que os atacou. Apesar disso, os garotos decidiram não desistir e continuaram até o pôr do Sol, acompanhando a vista de uma pequena colina com uma árvore, mas tristes por, nesse horário, Sunflora dormir e não poder mais os ajudar. Assim, apenas deitaram para observar o céu.

De noite, ainda deitados e observando as estrelas, a dupla conversava sobre a imensidão do universo e alguns Pokémon que se lembravam olhando o céu noturno, como: os Starmie, que teorizam como invasores do espaço sideral; Clefairy, que se reúnem na lua cheia e dançam, além de evoluírem com uma Pedra da Lua; Cleffa, que parecem com estrelas cadentes e dizem ter vindo ao planeta por meio de um meteoro; e Rayquaza e Jirachi, por morarem no espaço, ainda sendo contado que o Mítico desperta por sete dias uma vez a cada mil anos. Tokio começou a sentir frio, por isso decidiram ir embora, com Goh levando Sunflora nas costas. Alcançando a pista, os garotos marcaram de se reencontrarem no dia seguinte na Floresta de Ilex. Antes de partir, Tokio afirmou ser uma promessa e se animou ao ver Goh chamá-lo de amigo.

No dia seguinte, Goh foi até a mesma árvore, na Floresta de Ilex, mas não encontrou Tokio lá. Entristecido por ter levado comida e seu amigo ter quebrado a promessa, o garoto trilhou o caminho de volta, debaixo da chuva e ao lado de Sunflora. Seus pais surgiram no carro e foram o ajudar, preocupados com o seu estado e se perguntando sobre o que houve com Tokio. De volta ao presente, Goh termina de refletir sobre o passado e, ao ver que seus Pokémon notam a sua tristeza, decide capturar alguns de Johto. Para isso, soltou Scyther e Farfetch'd, que usam, respectivamente, Talho e Cortar para cortar a grama alta da Floresta de Ilex.

Como no passado, o treinador encontra um Ariados e um Pineco, o que o faz voltar a ficar triste e ter memórias invadindo a sua mente, sem saber porque ainda pensa em Tokio. Para a sua surpresa, Goh encontra o santuário que buscou quando menor. Ele procura Celebi nos arredores, porém, tudo o que acha é uma carta na pequena construção. Nela, Tokio se desculpa por ter quebrado a promessa e conta que ficou com febre no dia, por isso passou o dia seguinte o procurando por lá. Apenas um ano depois ele achou o santuário e tentou chamar o Mítico para voltar no tempo e o impedir de quebrar a promessa. Como não conseguiu, ele fez a carta para mostrar que ainda considerava o garoto de Vermilion um amigo.

Ao terminar de ler, Goh fica emotivo por saber o que realmente houve naquele dia. Contudo, uma surpresa surge ao ser chamado por alguém e, ao olhar para trás, perceber que é Tokio acompanhado de um Chikorita. Os dois se olham em silêncio, e o de Johto diz que tem muito a contar ao amigo. Enquanto os garotos se aproximam lentamente, um Celebi e um Celebi Brilhante observam o reencontro e o narrador destaca os diferentes vínculos que podem ser formados entre os Pokémon.


DEBATE

Esse episódio trouxe alguns pequenos detalhes não muito relevantes, porém, de muito interesse e ricos para se entender melhor os personagens. O primeiro deles é a revelação de que a Tome é a mãe da Kurune, algo que era incerto, apenas se sabia que é avó do Goh. Além disso, o episódio mostra a origem da frase que o protagonista tanto fala, sendo essa de uma música que o Ikuo escutou. Crianças tendem a repetir o que escutam, achei realístico. E, falando neles, mesmo achando que não reapareceriam tão cedo, Ikuo e Kurune voltaram. O retorno faz sentido, principalmente por morarem tão perto do Laboratório Sakuragi, sem contar que é sempre bom ver as famílias dos personagens principais. E novamente volto a afirmar que o Goh é um filho incrível, sendo muito bonito ver como admira os pais e o amor que tinha por seu sonho desde pequeno, sempre buscando saber mais sobre Mew.

E a polêmica da ausência do Ash no episódio pode ter um significado bem simples. É a primeira vez que isso acontece nos episódios padrões do anime, o que causou certa surpresa, mas em histórias com mais de um protagonista é comum que isso ocorra. Da mesma forma, possa ser que haja um episódio sem o Goh. Apesar de ser interessante notar também se apenas Ash será cortado em alguns, o que pode indicar uma pista da teoria que uma parcela acredita sobre a saída dele na próxima série, pois estariam tentando nos acostumar apenas com o Goh em tela. Mas, claro, é apenas uma teoria, particularmente nem acredito. Vale considerar também, acredito ser até o mais possível, que fizeram isso para destacar que Ash e Pikachu não são mais os únicos grandes protagonistas, podendo não aparecerem em alguns episódios.

Em foco também estiveram os Pokémon. O enredo secundário em volta de Celebi é ótimo, até por se tratar de outro Mítico, em contraparte ao tão almejado pelo Goh. E ainda ter a surpresa final de aparecer um dele Brilhante, sendo uma referência ao filme 23 que sairia na mesma época, traz um toque especial ao episódio. Todo o debate sobre a raridade dos Míticos reforça a diferenciação entre eles e os Lendários até mesmo dentro do anime. Houve também a participação legal de Sunflora, por ser um Pokémon não tão querido, o que dá mais popularidade a ele, e das histórias dos Pokémon ligados ao espaço, enriquecendo os detalhes da franquia também para os que apenas acompanham a animação.

O mais novo e em destaque personagem, Tokio, também deu muito o que falar. Para começar, diferente do que muitos pensavam, o personagem não seguiu o caminho sombrio da sua possível contraparte do manga Pokémon Horizon como muitos esperavam, apesar de nada impedir que isso venha acontecer no futuro. O mais interessante é notar que ele se tornou um treinador, como é possível ver por ter um Pokémon, e seu companheiro se trata justamente de um Chikorita, inicial, dando a impressão de que acabou de começar a sua jornada. Isso trás a possibilidade de ele vir a ser um rival para Goh, principalmente por buscarem um Mítico; ou um amigo de encontros periódicos, fazendo aparições frequentes.

A discussão da vez veio do suposto beijo que teria acontecido ao fim do episódio. Foi real? Para começar, Tokio desenvolveu uma grande admiração por Goh, sobretudo por seu jeito confiante e determinado, enquanto ele era mais medroso e inseguro. Uma características em comum é a solidão, pois ambos não pareciam ter muitos amigos, fator que também ajudou na aproximação. Por isso, surgiu uma amizade muito bonita e pura. Então, não obrigatoriamente nasceu um interesse a mais, oficialmente se trata somente de uma forte e genuína amizade.

Contudo, mesmo que nada tenha sido confirmado, é preciso admitir que existe uma possível outra interpretação, que, apesar de não oficializada, faz bastante sentido. Na cena final, Tokio carrega um brilho no olhar, detalhe simples, mas que costuma mostrar uma admiração ou grande sentimento. Para exemplificar, basta ver o olhar da Serena quando decidiu beijar Ash, e o dele após o beijo, no qual o brilho se fez presente. Porém, isso pode ser simplesmente por ter lágrimas se formando nos olhos. De qualquer forma, outros pontos são o par de Celebi e as palavras do narrador sobre "diferentes vínculos".

Em minha opinião, considero o teorizado "beijo censurado" como uma possibilidade, mas não gosto da ideia e nem acho que ocorreu. O motivo é a história entre os dois personagens, apesar de bonita, ainda ser muito rasa para um romance. O tempo de convivência de ambos foi de exato um dia, por isso não me parece interessante para o enredo juntá-los assim tão rápido, soa forçado. Por mim, seria muito legal se trabalhassem melhor a relação deles dois, mas, dessa forma, não faz sentido. Mais uma vez, trago o exemplo da Serena, que mesmo gostando do Ash, teve que passar por uma maior proximidade e convivência até que ganhasse o seu merecido beijo. Portanto, não acredito nessa hipótese.

Por fim, acho importante deixar uma valiosa reflexão aqui sobre a sexualidade do Goh. Afinal, ele é gay? É compreensível que uma parte do público LGBTQ+ tenha se apegado a ideia de que, com certeza, sim. Dos personagens principais, o mais perto que houve de um indício de relação entre pessoas do mesmo gênero foi entre Lulú e Lílian, com direito até a referência, mas pareceu ser deixada de lado com o passar dos episódios. Então, estão certos em querer algum protagonista que traga uma maior representatividade. O problema é se apegar a padrões para isso. Os detalhes nos olhos do Goh e no cabelo são mais comuns em personagens femininas, mas também em garotos considerados bonitos dentro de animes, como é o caso do Luan (Ilima). Então, apegar-se a estereótipos não é o ideal para justificar isso. A ideia de Goh não ser hétero é boa, mas, caso não aconteça, não é como se tivesse sido prometido por conta da aparência. Seguindo essa noção, possa ser que Goh e Tokio não se tornem um ship oficial. Existem amizades bonitas entre homens, quebremos os padrões. De qualquer forma, seria incrível se decidissem oficializar um protagonista não hétero no anime.


CONCLUSÃO

O beijo não é oficial, e na minha concepção a ideia era apenas mostrar uma amizade, mas pode ser uma possibilidade por conta da censura na cena final, pela fala do narrador e pequenos aspectos visuais. A relação entre Goh e Tokio é bonita e genuína, sendo uma amizade que seria legal de ser acompanhada em mais episódios. Da mesma forma, ela pode evoluir para um romance, sempre de forma mais discreta pela idade dos personagens. Então, se o beijo não ocorreu, como prefiro pelo pouco tempo de aprofundamento da relação dos personagens, ainda poderá ter um de forma mais trabalhada e atendendo um grande público da franquia que ainda é representado de forma mais tímida. Ao mesmo tempo, é necessário ter em mente que Goh não precisa ser obrigatoriamente gay, nunca foi algo prometido, e uma amizade bonita entre garotos pode sim ocorrer sem que seja por interesse romântico.

Para além, independente se Tokio tem um interesse romântico no Goh ou não, é legal pensar na possibilidade de se tornar um rival dele ou até trilhar o rumo sombrio que o personagem com mesmo nome no mangá tomou, ainda que não pareça ser o caminho que pretendem seguir com ele. A ausência do Ash, como um dos dois protagonistas principais, deve ser vista como normal, significando algo a mais somente se voltar a se repetir com frequência. Por outro lado, a relação do Goh com a família novamente mostrada, o detalhe de Tome ser mãe da Kurune e exibir a determinação do garoto desde pequeno ajudaram a dar mais profundidade a ele. Ainda houve o destaque em Celebi, a referência ao filme 23 por meio do Celebi Brilhante, a discussão sobre a raridade dos Míticos, histórias sobre Pokémon ligados ao espaço e a aparição especial de Sunflora.

Agora, gostaria de saber de você! Acha que o beijo ocorreu? Gosta da ideia? Que futuro espera para Tokio? Apenas peço que, caso pense em fazer um comentário homofóbico, por gentileza não o faça. Todos merecem respeito e não toleramos preconceito nessa página. Conto com a compreensão de vocês!


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Sobre Ersj
25 anos, Recife-PE, tem Pokémon como a sua franquia preferida desde os 7 anos. Sua mídia favorita é o anime, seguida dos jogos da saga principal e de Pokémon Go. Ama livros e séries, principalmente de fantasia; os filmes que mais assiste são animações, e “Imagine Dragons” é a banda pela qual tem maior apreço. Seu Pokémon predileto é o Pikachu e seu maior sonho é se tornar um escritor.
E-mail: ersj@pokemothim.net

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