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Opinião Impopular: O Retorno do Gary como Rival do Goh...


Olá, Thunders!

Hoje, eu tratarei de um assunto talvez esperado, por ter abordado sobre todos os grandes retornos de Jornadas, mas com uma opinião um pouco - para não dizer extremamente - polêmica. Quantos não ficaram ansiosos pelo retorno do conhecido Gary Carvalho? Honrando o título de primeiro rival do herói de Pallet, o personagem foi o primeiro deles também a voltar para a atual série, agora com a sua participação mais direcionada a outro protagonista. Vamos trocar ideia sobre o antigo/novo rival e a minha opinião fora da curva a respeito disso tudo!



Presente no anime desde o primeiro episódio, assim como o nosso querido Ash Ketchum, Gary é um personagem de inúmeros fãs, sobretudo no Japão. Muitas vezes, inclusive, ele é retratado oficialmente ao lado dos companheiros de viagem do Ash, como em aberturas e lembranças do herói. A questão é que falamos sobre um personagem bastante popular. Como tal, fãs aguardavam ansiosíssimos o seu retorno, que veio recheado de duas surpresas a mais: não foi um retorno único, pois continuaremos a vê-lo vez ou outra por estar no Projeto Mew; e se tornou o rival tão aguardado para o Goh, assim como foi o primeiro do seu companheiro de jornada e pesquisa. 

Onde entra a polêmica? Aproveitando o tema da última postagem que fiz, vamos falar sobre continuidade. Desde a época da viagem de Ash por Hoenn, Gary começou a se empenhar em pesquisas e sua personalidade passou a se modificar, até que isso ficou muito mais nítido em Diamante & Pérola. Aquele Gary, o último que vimos antes de Jornadas, amadureceu bastante, de modo que impressionou o próprio rival. Ele não queria mais pegar no pé de outros jovens treinadores, não mais; até poderia se achar muito experiente, mas respeitava qualquer um, contanto que não fosse um malfeitor. Isso fica muito nítido, basta rever os episódios em que teve participação na série citada.

No entanto, agora isso foi colocado de outra forma. "Na realidade, o Gary não mudou de personalidade, ele só não mais provoca o Ash", provavelmente por ter sido derrotado por ele na Conferência de Prata, a julgar pelo discurso que usou no seu episódio de retorno. E, mais uma vez, não, o personagem em Sinnoh não havia mudado apenas com o rival, basta reassistir os episódios. Por si só, esse detalhe já joga fora um bom percurso de amadurecimento, mas paramos para assistir o retorno e percebemos o quanto o Gary está imaturo, fazendo birra por conta do Ash, tornando tudo pior. 

Particularmente, não sou um fã do personagem, mas apreciava bastante o desenvolvimento que ele teve até Sinnoh. Isso porque personagens bullies geralmente não me atraem, o que claramente ele é. Então, não consigo admirar o comportamento, achar legal ou divertido, e isso acaba entrando em outra questão mais complicada ainda no fandom de Pokémon, a dos estilos de rivais. Atualmente, muito se critica sobre rivais amigáveis, falam sobre como os antigos eram melhores, etc. Eu entendo o saudosismo, mas não compartilho e acredito que esse breve distanciamento com os rivais bullies se deu justamente por motivos de educação. Cada vez mais parece que é destacado como o anime tem as crianças como público alvo, e, para elas, é muito mais educativo retratar a rivalidade como algo saudável, amigável e que desenvolva companheirismo e respeito mútuo. Um personagem não tão lembrado por muitos, como acontece com Gary e Paul, é o Sawyer, um rival muito estratégico e super respeitoso - inclusive, adoro esse garoto - algo que se encaixa bem nessa ideia a se passar para os jovens.

Seja como for, Gary voltou e voltou com a personalidade antiga, como o sorrisinho na abertura já parecia prometer. Um primeiro ponto que, independente se vocês gostam ou não do personagem, preciso desmistificar é: as pessoas não podem tratar vocês mal por conta de ser o jeito delas. Essa ideia foi muito reforçada com o retorno do personagem, tanto pelo Ash, como pelo Professor Carvalho, que disseram que as provocações e tentativas de rebaixar o Goh eram uma forma de Gary dizer que via potencial nele e instigá-lo a se desenvolver. Essa mensagem é extremamente errada e tóxica! Se quiser motivar alguém, dê forças ou conselhos, não humilhe. Não é assim que funciona. Ao contrário, a pessoa pode se achar um fracasso e desistir de tudo. Por isso, acredito que a visão passada nesse episódio, quanto à rivalidade entre Gary e Goh como algo "bom", é preocupante.

E, aproveitando que falei sobre ele, preciso ser justo e fazer uma crítica ao Ash. Em uma postagem passada, quando tratei sobre o desenvolvimento de Sobble, afirmei como foi chato o Goh reclamar que o inicial de Água não reagia ao bullying do Darmanitan, ao invés de reclamar porque o segundo Pokémon fazia bullying, principalmente por ter tido mais de uma vítima. Até hoje, por sinal, não vimos o treinador de Vermilion repreender a sua criaturinha levada, mas, igualmente, foi o Ash em relação ao Gary. Se fosse outro treinador qualquer, o garoto de Pallet ficaria irritado, como já aconteceu em outras situações de Jornadas, mas, sendo o Gary, "é o jeito dele". Ou seja, "problema é seu, Goh, aprende a lidar". Preciso nem comentar, certo? O Professor Carvalho achar isso normal não me é surpresa alguma, ele nunca pareceu se importar na época que Ash quem tinha que aguentar as provocações do neto.

Uma última questão que achei ruim para o retorno foi a repetição do comportamento do Kiawe. A vontade de ver o Goh se provando um companheiro de viagem bom para Ash ficou muito reciclada da insistência do amigo de Alola, o que é ruim, porque fica parecendo que os roteiristas não têm mais ideias, assim como alguns plots do Goh para capturar certos Pokémon sempre se repetem. Aliás, justamente por conta disso de se provar e das lembranças que deu a entender que, nesse novo contexto, o Gary só respeita o Ash por ter sido derrotado por ele na Liga Johto. Caso contrário, estaria o tratando mal até agora.

Bem, para não parecer que eu odiei o retorno do personagem, irei destacar aspectos que foram muito positivos em minha opinião: a batalha contra Moltres, pois acredito que Gary tenha brilhado mais do que Ash no confronto; a força em si do personagem, que mostrou continuar incrivelmente poderoso e inteligente, além de ter a companhia dos seus marcantes Blastoise e Electivire; a continuação das suas pesquisas, agora pelo mundo todo, de forma a dar prosseguimento ao seu sonho; o interesse pelo Projeto Mew, algo que acredito combinar demais, por ser um pesquisador que já se envolveu com Pokémon raros e Lendários; a referência da nova roupa, baseada na usada pelo Blue nos jogos Pokémon HeartGold & SoulSilver e Pokémon Black 2 & White 2; e a evolução da relação dele com o Ash, que, apesar das motivações, parece estar ainda melhor do que em Sinnoh, mais próximos. A questão é que, mesmo virando um rival do Goh, não precisavam fazê-lo voltar a ser bully e ainda normalizar isso. Portanto, não achei um retorno completamente ruim, houve pontos incríveis, é a ideia do personagem e o que fizeram com ele, rompendo com o seu amadurecimento, que me incomodam.


Mas, eu já escrevi demais. O que vocês acharam do retorno do Gary? Estão ansiosos para mais batalhas dele? Esperam que ele aprenda a respeitar o Goh? Compartilham da minha opinião impopular? Por favor, não deixem de comentar as suas impressões, mas sempre se lembrando do respeito!


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Sobre Ersj
25 anos, Recife-PE, tem Pokémon como a sua franquia preferida desde os 7 anos. Sua mídia favorita é o anime, seguida dos jogos da saga principal e de Pokémon Go. Ama livros e séries, principalmente de fantasia; os filmes que mais assiste são animações, e “Imagine Dragons” é a banda pela qual tem maior apreço. Seu Pokémon predileto é o Pikachu e seu maior sonho é se tornar um escritor.
E-mail: ersj@pokemothim.net

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