Biomothim: Especial Paleontologia
Como vão treinadores?!
Depois de muito tempo sem postar nada por aqui - devido a ocasiões que tomaram completamente o tempo deste redator que voz fala - voltamos com tudo, em um especial que nos leva aos primórdios do mundo Pokémon, afinal, entender o passado tem sido uma ferramenta bem recorrida nos últimos tempos, como podemos ver com a proposta do jogo Pokémon Legends Arceus, que traz a região de Sinnoh em seus tempos remotos, com espécies ancestrais e variantes regionais extintas.
Sabemos que assim como em nosso mundo, na franquia também temos os queridos fósseis, vestígios de espécies ancestrais que foram conservadas com o tempo, revividas com a ajuda de grandes pesquisadores e os mais sofisticados métodos. Quem nunca esperou ansioso pra reviver seu fóssil preferido na franquia?
Sabendo disso, hoje iremos trazer a primeira parte de um especial que irá trazer esses fósseis em uma descrição detalhada sobre suas inspirações, comportamentos e morfologias. Vamos começar por duas espécies que possuem muita relação entre elas, mesmo que isso não fique plausível a primeira vista: Anorith e Kabuto, e suas respectivas evoluções.
Começando por Kabuto e Kabutops, devemos considerar um dado muito interessante para nossa análise, que se estende para todas as espécies de invertebrados fósseis da franquia: Todos conseguem se manter em dois ambientes distintos, aquático e terrestre, sem problemas; esse fato nos mostra a existência de respiração pulmonar e branquial para essas espécies em questão, até onde podemos ver, já que não temos registros desses Pokémon utilizando por exemplo bolhas de água para respirar na superfície, como acontece no caso de Dewpider e Araquanid.
Dando sequência, precisamos entender que Kabuto possui inspiração nos trilobitas, um fato evidenciado tanto por seu formato corpóreo e carapaça rígida, quanto em sua característica ancestral. Os trilobitas foram artrópodes que habitaram o planeta durante o Paleozóico, entre 542 milhões a 251 milhões de anos atrás, habitando os fundos oceânicos, assim como é dito sobre Kabuto. A carapaça desses animais era constituída de carbonato de cálcio, um grande fator que permitiu que registros fósseis bem preservados fossem encontrados nos dias atuais.
Os trilobitas poderiam ter tido uma alimentação carnívora, o que lhes ocupou por um bom tempo o topo da cadeia alimentar como predadores, mas também poderiam ser seres carniceiros, ou se alimentar de detritos no fundo oceânico, até mesmo partículas em suspensão na água. Sendo assim, podemos pensar em algumas espécies das quais Kabuto se alimentava principalmente de detritos ou outras espécies mortas no fundo do oceano, uma vez visto que as principais adaptações do Pokémon são para defesa e não para predação.
Vemos que Kabuto possui dois pares de olhos, um mais ventral, localizado próximo a abertura frontal de sua carapaça, e um mais dorsal, uma característica muito útil para seres que vivem no fundo oceânico e podem se enterrar, e que remete também a visão dos trilobitas, já que eram seres que apresentavam olhos compostos, complexos, podendo até mesmo ter uma visão parecida com a dos insetos atuais. Kabuto contava com dois pares de patas, um par anterior e um posterior, provavelmente utilizadas para locomoção e para escavação.
Mas, é estranho pensar que uma espécie tão pequena, possa dar origem a Kabutops, um trilobita verdadeiramente adaptado para predação. Como então, ocorreria essa evolução, de uma espécie tão pequena e adaptada para sobreviver, para uma espécie tão desenvolvida para caçar? A explicação pode estar em um hábito presente nos artrópodes: A ecdise. A ecdise é o processo pelo qual os artrópodes realizam a troca de seus exoesqueletos, de forma a garantir o crescimento de seus corpos.
Podemos supor que a ecdise esteja presente também no mundo Pokémon, já vimos isso ocorrer por exemplo com algumas espécies larvais na franquia. No caso de Kabutops, verificamos a presença de um grande exoesqueleto, apresentando um formato adaptado tanto para caçadas debaixo d'água, quanto até mesmo na superfície. Sua característica mais marcante é a presença de duas projeções calcificadas no braços, que ao olharmos bem, podemos ver como um crescimento dos pares de patas anteriores que passaram por um longo processo de calcificação.
Quanto ao par posterior de patas, notamos que este se tornou articulado, permitindo uma maior variedade de movimentos a espécie, contando cada pata traseira com um par de garras também calcificada, responsável por sustentar os hábitos bípedes do Pokémon, mesmo que este, segundo a sua dex, não tenha tido tempo para conquistar por completamente o ambiente terrestre, sendo extinto pouco antes desta conquista. Contudo, já vimos na franquia, tanto ele quanto sua pré evolução em ambiente terrestre.
Uma característica que passa despercebida em Kabutops, é o desenvolvimento de uma estrutura rígida ventral, que lhe proporciona uma maior proteção dos órgãos internos, ao contrário do que acontece em sua pré evolução, já que a abertura ventral de Kabuto é uma adaptação aos seus hábitos alimentares, possibilitando que o Pokémon capture seu alimento no fundo oceânico.
Porém, um ponto muito interessante a ser levado consideração, é de que nesta época, comparado ao tempo que nossa fauna possui, já teríamos nessa época a presença de predadores naturais destas espécies, sendo no caso dos trilobitas um outro invertebrado chamado anomalocaris, no qual na franquia conhecemos como Anorith e Armaldo. Seria este um predador em potencial dos nossos queridos fósseis, que podem ter sido parcialmente responsáveis pelo desaparecimento das espécies em questão no mundo Pokémon, já que a predação excessiva é um fator real para isso.
Acho o tema interesse e que faz nós pensarmos q a pokémon company simplesmente não criou os designs e características dos Pokémon aletoriame te, mas sim foram pensados para fazer sentido e remeter um pouco a vida real
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